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Por que participar de um curso de pilotagem? Alexandre Patriarca nos conta.
Essa é a história do amigo Alexandre Patriarca, moderador do fórum MOTONLINE (www.motonline.com.br) com sua Intruder 125 cm³, onde procurava um curso de pilotagem defensiva e, assim, fez sua análise desse curso. Mas saibam que qualquer outro curso que podemos participar é muito importante pois, infelizmente, ainda não podemos confiar na maneira de ensino de nossas instituições educacionais do trânsito brasileiro. SEJA MUITO BEM VINDO, amigo Alexandre, e muito obrigado pela sua participação. Abraços.
“Há algum tempo venho procurando em SP quem ofereça curso de “pilotagem urbana”. Explico: um tipo de pilotagem onde se aprenda a sobreviver no caos que é o trânsito das cidades. Temos muitos cursos para motos esportivas: fazer curvas, acelerar, correr , andar em circuitos fechados…ou não, mas especificamente para motos de grandes cilindradas. As motos de baixa cilindrada são carentes desse tipo de instrução que basicamente se aprende nos centros de formação. Aliás, na verdade não formam muito, só ensinam a “andar com a moto”. Essa é a grande queixa que leio em fóruns sobre motos. Os cursos existem, mas além de muito caros, são destinados a um nicho específico.
É sabido que o grande volume de motos vendidas no Brasil é de pequena cilindrada. Então porque não ter um curso para seus pilotos? Porque é tão difícil encontrar quem ofereça esse tipo de curso? Lá se vão 4 anos e 80 mil km andando de moto pelo trânsito de São Paulo, já passei e vi muitas situações que não aconteceriam com um pouco de instrução. Como nada nessa vida é por acaso, acabei ganhando um sorteio no qual o prêmio era exatamente um curso de pilotagem defensiva.
Mas o que esperar de um tipo de instrução assim? Vou aprender a raspar a pedaleira? Vou fazer um contra-esterço? Um zigue-zague? A aula começou com o instrutor falando sobre pneus, sobre os limites da moto e o porquê do curso. Começamos a colocar em prática a teoria. Será possível eu fazer uma curva assim do jeito que ele quer? Sim, é possível! Terei eu a destreza em desviar dos cones nessa velocidade? Sim, eu tive a destreza necessária. E aquela curva, como vou entrar nela da maneira correta, será que posso? Sim eu posso! E ficar girando com a moto vendo o chão cada vez mais próximo, fechando cada vez mais a curva e o ângulo da inclinação da moto. Não foi fácil, mas consegui!
É difícil falar de algo assim sem incluir o sentimento que tive a cada etapa vencida, mas com toda certeza isso não seria possível se não tivesse ali um instrutor à altura, que me orientasse e estimulasse com as palavras certas na hora certa, tirando fotos que ele me mostrava onde estavam meus erros e me ajudava a corrigí-los. Então, chegou a hora da prática na frenagem de emergência. Fiz uma vez, duas vezes e ele perguntou se eu poderia fazer de novo de uma outra maneira, se não me importasse em gastar um pouco os pneus. Pensei comigo, melhor aqui do que me esborrachar nas ruas. Fui e sem medo utilizei os freios na técnica e … sucesso!!!!
Não saí de lá um piloto de MotoGP, mas com a certeza de que aprendi mais um pouco sobre minha moto, sobre mim e como conduzir de modo mais seguro, consciente e responsável. Pois além da aula sobre direção defensiva, conversamos muito sobre o trânsito e as atitudes que vemos no dia-dia. Sei que esse é um trabalho difícil, mas estou fazendo a minha parte assim como ele que dedica seus domingos para ensinar e oferecer informação sobre como pilotar sua moto com segurança, independente da marca, modelo ou cilindrada. E quem tiver interesse em fazer um curso assim, eu recomendo, pois aprender nunca é demais, sobretudo quando o assunto é a nossa segurança.
Agradeço ao Motonline pela oportunidade em relatar mais essa etapa da minha vida e ao Instrutor Carlos Amaral por dividir esse conhecimento de forma tão única com a gente.”
Fonte: Alexandre Patriarca