Vamos Pilotar Na Chuva?

1 comentário

Queridos alunos e amigos leitores. 
Coisa mais chata do mundo é pilotar na chuva. Viseira do capacete embaça, não se enxerga quase nada com os respingos na viseira. Se não estiver com roupas apropriadas de chuva, inclusive calçados e luvas, a concentração piora na pilotagem.
Mas vamos pilotar. 
PNEUS: Na primeira oportunidade, verifique se os pneus de sua motoca possuem um composto com silícia. A silícia absorve melhor a umidade e tem uma característica de aumentar a temperatura da borracha com mais rapidez e demora mais para resfriar, quando o pneu não está em rodagem. Lembrem-se que os sulcos dos pneus só servem para uma coisa: tirar (escoar) a água do caminho e evitar a aquaplanagem. Portanto, não se iludem. Não acreditem somente em um pneu com sulcos profundos ou com desenhos bastante apropriados para o escoamento da água, mas acreditem em um pneu com um composto de borracha aderente ao molhado. E, mesmo assim, vá com calma. Pista molhada não tem a mesma aderência de uma pista seca. Parece óbvio o que eu disse, porém, para muitos motoristas e motociclistas não é tão óbvio assim.

PIOR MOMENTO DA CHUVA: O comecinho da chuva, aquela que molha pouco e que em nossa mente acreditamos que, como a pista ainda não está tão molhada assim, é menos perigosa. Este começo de chuva é o mais perigoso. As pistas estão, sim, molhadas e, para complicar, sujas também. Pode ter o melhor pneu do mundo, a pista suja (detritos, sujeira, óleo) somente desgrudam do chão e ficam ali mesmo, como um sabão, esperando nossa frenagem brusca e as inclinações em curvas mais acentuadas, com aquelas retomadas de acelerações nas saídas de curvas e…. chão! 
Embora pareça estranho, quando a chuva é mais forte, o chão, embora molhado, fica limpo, sem aqueles detritos, sujeira e óleo, pois são lavados e levados para os cantos das pistas ( ou deveriam ser levados. Vai acreditar na engenharia de nossas estradas!). Desta forma pode-se acreditar um pouquinho mais nos sulcos dos pneus.

RISCOS DESNECESSÁRIOS: Em situação de chuva não se esqueçam de que não é somente você, piloto, que enxerga menos. Os motoristas ficam com visão turva em seus espelhos retrovisores. Evitem, por exemplo, pilotarem em “corredores” ou ultrapassarem muito perto dos carros. Os motoristas despercebem a presença repentina dos motociclistas. As atenções estão mais concentradas em desviar de poças d’agua nos cantos das vias do que os outros ao seu lado. Com as janelas fechadas dos carros, a buzina de sua moto não servirá muito para chamar a atenção. Nunca se esqueçam dos faróis (de preferência altos) ligados. Motociclista tem que se aparecer (principalmente em situações de falta de visibilidade). O lema é: VER E SER VISTO.

NÃO SEJA TÃO BRUTO ASSIM! Manobras bruscas, tentem evitar. Principalmente em cima de faixas de sinalização de solo, onde, geralmente, não possuem um composto misturado na tinta de borracha para escorregar menos. Esta faixas de sinalização são um perigo. No post “Uma Questão de Sensibilidade: Três Fases da Frenagem”, explico a condição de frenagens dianteiras e traseiras. É muito importante sentir em seus dedos, em suas mãos, em seu corpo o tipo de aderência na pista que está rodando. Frear sem esta sensibilidade poderá causar derrapagens frontais e traseiras. Pilote em uma velocidade compatível a evitar esta situação. Para os pneus mais duros, mais cuidado ainda. Por isso, fiquem mais distantes dos veículos a sua frente. Se um veículo está grudado em você, saia da frente dele, na primeira oportunidade, pois, sem dúvida, se você precisar de frear, ele não conseguirá parar a tempo!

NAS CURVAS: Há três principais posições do piloto em curvas. A posição em curvas em pistas molhadas é deixar o corpo mais inclinado do que a moto. Ou seja, incline teu corpo para dentro da curva e deixe sua moto “o mais em pé possível”. Empurre sua moto com as pernas no sentido da curva. Não saia com a bunda para fora do banco da moto. Incline somente teu tronco para dentro da curva, ao mesmo tempo tuas pernas empurrando contra o tanque da moto puxando para dentro da curva. É evidente que sua velocidade estará bem mais lenta do que se estivesse em pista seca. Isto ajudará nas curvas.
DEPOIS DA CHUVA: ” Depois da tempestade, a bonanza”. Para o motociclista esta afirmação não é verdadeira! Pois “depois da tempestade, pistas úmidas”, com sujeira acumulada nos lugares das poças que ficaram secas. Cuidado! Nas pistas molhadas enxergamos as manchas de óleo com mais nitidez do que nas pistas secas. Vá na manhinha! Devagar se chega lá.
Um grande abraço a todos.

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  1. Caro Amaral,
    Após um longo perigo cuidando de meu calculo renal, estou de volta a leitura de seu blog.
    Acredito que mesmo não conseguindo comparecer a aula do dia 5/12, estou iniciando a preocupação com direção defensiva. E por surpresa ao ler vamos pilotar na chuva?, tive a certeza que escolhi a melhor opção.
    Opção de não subir a serra na volta deste feriado de fim de ano, de moto, com as condições do tempo, chuva desde o sabado, ruas alagadas, deixei-a estacionada na garagem do predio, voltado de carro. Certo que não faltará momentos oportunos em voltar de moto, seja da praia ou de qualquer outro lugar.
    Abraços.
    Marcio Mesquita